Nada me prende a nada.
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de forne de carne
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de forne de carne
NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Compreendo a intervalos desconexos;
Escrevo por lapsos de cansaço;
Escrevo por lapsos de cansaço;
Não me macem, por amor de Deus!
Estrangeiro aqui como em toda a parte,
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de recordações,
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço.
Partiu-se o espelho mágico em que me revia idêntico,
E em cada fragmento fatídico velo só um bocado de mim —
*Kimiko Yoshida
*Fernando Pessoa, Lisbon Revisited (1923 e 1926)
2 comentários:
A Adília, depois o Pessoa... É terrível quando começam a aperecer todos os poetas melhores do que nós. Como concorrer, com um comentário idiota?
Olha, um beijo meu.
...
há sempre alguém que é melhor que nós, aqui e ali. mas temos sempre as nossas grandezas.
*um sorriso meu.
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