Blues da morte de amor
já ninguém morre de amor, eu uma vez
andei lá perto, estive mesmo quase,
era um tempo de humores bem sacudidos
depressões sincopadas, bem graves, minha querida.
mas afinal não morri, como se vê, ah, não,
passava o tempo a ouvir deus e música de jazz,
emagreci bastante, mas safei-me à justa, oh yes,
ah, sim, pela noite dentro, minha querida.
a gente sopra e não atina, há um aperto
no coração, uma tensão no clarinete e
tão desgraçado o que senti, mas realmente,
mas realmente eu nunca tive jeito, ah não,
eu nunca tive queda para kamikaze,
é tudo uma questão de swing, de swing minha querida,
saber sair a tempo, saber sair, é claro, mas saber,
e eu não me arrependi, minha querida, ah, não,
ah, sim.
há ritmos na rua que vêm de casa em casa,
ao acender das luzes, uma aqui, outra ali.
mas pode ser que o vendaval um qualquer dia venha
no lusco-fusco da canção parar à minha casa,
o que eu nunca pedi, ah, não, manda calar a gente,
minha querida, toda a gente do bairro,
e então murmurarei, a ver fugir a escala
do clarinete:
- morrer ou não morrer, darling,
ah, sim.
*Vasco Graça Moura
8 comentários:
a música de entrada no blog é excelente.
:)
ainda há quem morra de amor, darling... ou quase. nada faz sofrer tanto... e, ao mesmo tempo, sorrir. aparece, sim?
cometa 2000 tb gosto :)faz uma visitinha ao http://indigoprateado.blogspot.com, encontras lá muitas coisas giras como esta ;)
berta cem mil eu sei. o vasco g. moura é q se calhar não sabe. eu própria morro em suspiros e renasço em beijos uma data de vezes ao dia, de vez em quando. é tudo uma questão de swing. eu estou por aqui, minha querida. ***
então, até logo.
:) uma questão de swing..mudar...uhmm :)
loooooolll não xejais malixiosa, xõ dona urtiga!!!!
nao estava a ser! :P
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