sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

A V.C.

Essa outra face de mim como um reflexo de mim
acorda quando eu me deito
e vive do outro lado
tão perto mas
separado
como por uma parede de vidro transparente

nos seus olhos revejo
o fogo do meu olhar
e espanta-me
ouvir as palavras
que vou dizer,
sem as pronunciar

como um arremesso de loucura
uma trovoada interior
que irrompe por mim
escancara as portas
e deixa entrar a luz
e a partir daqui começa o tempo

é a peça que
estava perdida
é a chave
a mão
a direcção
que me leva ao encontro
da alegria

sou eu feliz
alma cansada
que chega a casa
depois de uma viagem
longa,
e muito,
muito fria

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