segunda-feira, 30 de julho de 2007



in(the heat of the moment)somnia






* Roy Lichtenstein

quinta-feira, 26 de julho de 2007

tear(e)s

novelos de vontades

enleadas em lágrimas lânguidas cardadas

revolteiam numa teia de pontas soltas

a escorrer em fio na tecitura do meu desejo.







*Angela Ooi @Flickr

pele



o íman que me atrai

é a fronteira que me repele.





ensinARTE

e aprender-te.

~ the reins are placed in the hands of those able to create beauty from structure ~




* Taj Mahal @ Flickr


amo-te (é tão vago, dura apenas) na efemeridade de um suspiro.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

sentido crítico

O termo crítica provém do grego crinein, que significa separar(...) (Wikipédia)

a maior parte dos génios que hoje são consagrados só o foram depois de mortos, no seu tempo não tiveram fanfarras a tocar nem mãos estendidas a impedir-lhes os tombos. os seus contemporâneos dificilmente entendiam as suas linguagens ou conseguiam seguir a amplitude das suas conjecturas. há um certo prazer mundano em desdenhar o que se receia por ser diferente. são adorados quando se tornam seguros num sítio de onde não vão sair. idolatráveis, manuseáveis, marionetáveis. empoeirados nas prateleiras e nas paredes ou controlados dentro de fórmulas matemáticas. porque é que as pessoas são tão espontâneas na crítica de tudo aquilo que se desvia - nem que seja só por um niquinho - do óbvio?




In a manner of speaking
Semantics won't do
In this life that we live
We only make do
And the way that we feel
Might have to be sacrificed
So in a manner of speaking
I just want to say
That like you I should find a way
To tell you everything
By saying nothing




In a manner of speaking
I don't understand
How love in silence becomes reprimand
But the way I feel about you
Is beyond words







*Depeche Mode

domingo, 22 de julho de 2007

Us

a.me





quarta-feira, 18 de julho de 2007

eu só

on this journey there's only a one-place seat.

dusty movies on empty theatres.

and hours rented on other people's bodies.

Fera



saltas-me do parapeito da janela

dos olhos em voo picado

sob o peso dos teus braços asfixias os meus botões

de alegria planta carnívora auto-regenerada

em sucessivas primaveras de verões outonais.






*David Stoupakis

domingo, 15 de julho de 2007




é.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

refresh

quinta-feira, 12 de julho de 2007

o poder de síntese

na métrica da mais pequena palavra pesa a resposta mais definitiva.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

love is...

o segredo dos perdões implícitos.

a razão

que me deixa no lado oposto àquele onde tu estás
perde a razão de ser.

terça-feira, 10 de julho de 2007

blasfémia

o mal de ser ateia


é que há dias em que só queria aninhar-me no colo de deus e ouvi-lo dizer-me que vai ficar tudo bem.

a justiça

não é compatível com a natureza humana.





[ou se calhar é de mim,
que sou injusta.]

Dalila

caem catedrais em redor dos meus ombros em estilhaços rebenta a rede onde os meus pés periclitam passam em vendavais as folhas os cabelos os rostos os papéis como chicotes sobre as minhas costas secam-se os rios das minhas lágrimas da minha saliva desidrata o sangue e as minhas veias mitigam-se para dentro de si em derrocadas explodem as casas desfalece o céu para além do chão dissolve-se o espaço e a abstracção do tempo explode em big-bangs múltiplos nas minhas mãos e no meio do turbilhão eu

...




só fixo a tua imagem marmórea a esfumar-se no longíquo


sem olhar para trás.



cause I'm broken when I'm open
And I don't feel like I am strong enough


domingo, 8 de julho de 2007

breakdown

preciso de férias de mim




(saudades de me embalar na voz da manelinha azevedo)

quarta-feira, 4 de julho de 2007

~ swifting through my skin ~


baby suicida



amo-te sempre onde tu não existes

numa renúncia acomodada de viver.



*Ted Noten

"... tantas vidas, todas semelhantes umas às outras espalhadas por toda a parte, a nadarem acompanhadas de um número infinito de pensamentos. Amam, odeiam, matam, são mortas, ajudam, obstruem, nascem, morrem, fazem todo o tipo de coisas sem nenhum critério aparente. Há quem desfaça em pedaços e devore crianças que poderiam viver por muito tempo com outras e há quem receba força de um cão que não vive muito tempo. Há quem proteja pessoas, sem que ninguém saiba, do suicídio à noite no mar e há a respiração cheia de vida de quem cresceu no meio de prantos e tumultos sem se preocupar com a barriga que o deu à luz. Neste sopa densa que é a vida, as coisas mais grosseiras e as mais frágeis e delicadas sucedem ao mesmo tempo..."



*Banana Yoshimoto





(não, não fui. pronto, acho que vou chorar...)

domingo, 1 de julho de 2007

adoro os dias em que anoiteces comigo.