segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

getting used to (there's no way of[f])

longe de ti são ermos os caminhos, Longe de ti não há luar nem rosas; Longe de ti há noites silenciosas, Há dias sem calor, beirais sem ninhos.

Florbela Espanca

domingo, 28 de janeiro de 2007

Mensário

Janeiro passou depressa, entre a lembrança e a incerteza.

E a espectativa.

amor gratuito

"desses que valem pelo que valem e que, curiosamente, por isso mesmo, valem mais do que os outros."

Catarina Resende, Do lado errado da Noite

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Vai-e-vem

Vou deixando-te partir
...
como maré a vazar
...
voltará a subir
...
tu irás voltar
...

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

"Não te iludas..."

"Não cries expectativas.", dito com a maior das boas vontades, pode ser a coisa mais desanimadora de ouvir.

Preciso desesperadamente que alguém me diga "rasga os joelhos, parte a cabeça, parte os dentes todos da frente, mas não deixes de tentar, não desistas até ser realmente real"...

Por acaso já alguém conseguiu provar que esta vida que vivemos não é toda ela mera ilusão ou criação conceptual?...

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Princípios básicos da vida

Para magoar não é necessário haver uma razão, duas pessoas bastam.

domingo, 21 de janeiro de 2007

Meaningfool

meaning less.

Nada que tenha passado pelo fogo, permanecerá o mesmo

"Ele já não é manipulado pelos seus humores como são os humanos, ele está acima das variações e mudanças, ou melhor, ele não se importa com as mudanças pois sabe que elas fazem parte do mundo manifesto. Os mestres que se iluminaram afirmam que as transformações pelas quais passamos durante a vida (nascimento e morte, o fim de uma relação, mudança de emprego, etc.) não afectam o nosso ser verdadeiro e, portanto, não deveríamos preocupar-nos tanto com elas."


"Ele não se envolve com a dança do universo pois sabe que ela não é permanente. Ele fixa-se na sua própria natureza, no seu ser interior, que é perene."


Lay me down on a bed of daisies...

Cavaleiro andante

Chega quando quer e não quer saber, nem do mal que fez ou que vai fazer.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Há trinta dias acreditava que algo muito bom estava a começar, e experimentava o gosto de me entregar a uma descoberta sem ter receio de que os meus segredos fossem revelados. há tantas outras semanas atrás permaneci acordada para te encontrar porque acreditava que serias importante, que virias mudar o curso do meu destino. recordo como qualquer uma dessas sensações foram boas e me fizeram sentir viva. e hoje é tão estranho, pensar como acabaste por ter um papel tão pequenino, tão breve, como eu nunca imaginei que viesse a ser. Como alguém que percorre um longo caminho para recuperar uma carta extraviada, e que quando finalmente a consegue na mão opta por deitá-la fora sem a abrir. Sem nunca vir a saber se aquilo que lá está escrito era capaz de o deixar feliz ou de lhe despedaçar o coração. É um tanto absurdo, até. saboreei-te há trinta dias menos poucas horas, e pensei que um dia saberia tão bem o teu sabor pelo constante repetir-te, dia após dia. Pensei que hoje seria uma noite grande. Planeava levantar para ti o pano do meu teatro, trazer-te pela mão até dentro do meu jardim secreto. há trinta noites te puxei para dentro de mim, sem supor que o teu lugar não fosse alguma vez passar pelo meu colo. e agora, onde e quando nem há sequer um lugar para a tristeza ou qualquer coisa a que se chame saudade, simplesmente não entendo. a vida é um guião escrito por loucos cuja razão não obedece a princípios que estejam - por enquanto - ao meu alcance conhecer.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Ora bem!...

What Your Bathroom Habits Say About You

You are very independent and self-centered. You don't solve other people's problems - and you don't expect them to solve yours.

You spend a lot on clothes, and you tend to be a very dresser. However, it's hard for you to throw away trendy clothes when they go out of style.

You have the perfect blend of confidence and class. You're proud of who you are - but you don't broadcast it.

In relationships, you tend to be very romantic and demanding. You'll treat your partner like gold, but you expect a lot in return.

domingo, 14 de janeiro de 2007

O meu lado piroso

Who would have thought
That you could hurt me
The way you've done it?
So deliberate, so determined
And since you have been gone
I bite my nails for days and hours
And question my own questions on and on
So tell me now, tell me now
Why you're so far away
When I'm still so close
You don't even know the meaning of the words "I'm sorry"
You said you would love me until you die
And as far as I know you're still alive, baby

la tortura

porque é que nem nos astros nem no simbolismo pictórico das cartas consigo desenhar a chave para destrancar os teus portões?

Sunday, lazy sunday...




sábado, 13 de janeiro de 2007

uplifting

Vivi-te muito na Baixa, passeei nos teus braços no Ouro do sol e da rua, sorriste para mim na praça e no comércio, saboreei o teu gosto e a luz do teu olhar de prata nas paredes das casas
...
E hoje SUBI.
Sem ti
senti
o Príncipe, que é REAL.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Constato

A idade traz-me a sabedoria e o conforto dos lutos rápidos.

Ou isso, ou tornei-me uma pessoa fria.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.

Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andresen

A estrela polar

Quando eu corria sôfrega atrás de ti e te seguia para todo o lado, era como uma premonição de que o meu tempo de vida passado ao teu lado seria sempre muito curto. Ajudaste-me a nascer, e quando partiste eu tornei-me adulta aos seis anos. A vida pôs as tuas mãos no meu berço porque eu precisava do teu amor para sobreviver. E depois afastou-te para que eu aprendesse a viver sem ti. Mas, sabes? Continuas a ser a pessoa que me faz mais falta. Continua a ser o teu conselho aquele que eu gostava de ouvir nos momentos importantes da minha vida. Passaram vinte anos e mesmo sem poder estar contigo e falar contigo (como é possível, duas pessoas tão próximas e ao mesmo tempo tão distantes?...) cada gesto que recebo de ti continua a ser a luz que me mostra o Norte.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

lavanda


Presença que se insinua devagar, lentamente, de forma contudo intensa e progressivamente acentuada.
Provoca, arde depressa, desperta os sentidos, incendeia, invade o espaço e o tempo e depois,
desaparece subitamente.
o contraste provocado pela sua ausência pode provocar náusea, mas o seu aroma vai-se desvanecendo da mesma forma suave e subtil como surge.
talvez seja catártica, talvez apenas um bocado efervescente.
Deixa um leve travo de frescura.

A pressão de um novo ano

Oscilo irritantemente entre o idealismo extremo e o conforto de ter as contas pagas.

Mas como sei que nem o idealismo é extremo nem as contas estão asseguradamente pagas,

oscilo, irritantemente.

da efemeridade da vida

para onde vai o amor que um dia sentimos por alguém quando o deixamos de sentir?