quarta-feira, 31 de outubro de 2007

aviso

terça-feira, 30 de outubro de 2007



[Quantas vezes mais terás de me quebrar
até eu partir?]






*marina abramovic

domingo, 28 de outubro de 2007

a 7ª casa










é na imagem espelhada nos teus olhos que eu melhor me re-conheço.




*a casa VII é, em astrologia, a "Casa do Outro", diametralmente oposta ao ascendente, que simboliza o "eu" individual.




*sam taylor-wood
*francesca woodman


davam longos passeios ao domingo

principalmente quando havia sol e o tempo oferecia mais uma hora.

fond(of)you


derretes no lume brando dos meus sentidos, e a fogo lento a minha carne submerge no teu sabor. um aroma espesso baila nos céus da sala e o meu coração queima, enquanto envolvo a tua frescura sumarenta no meu vestido de chocolate.






sábado, 27 de outubro de 2007

swing



to and fro
up and down
no compasso do teu passo
por impulso
subo a pulso
torno a descer
numa pirueta no ar
sem ar
sem mais
agora só
roller-coaster do meu tempo
a trocar-me os espaços
no baloiçar dos dias.

*nick shiflet

as péguinhas do amor

- ou as coisas que se aprendem a fazer experiências nesse Sims gigantesco que é o Second Life. Não sendo morbidamente obesa, as minhas são, vá lá, descaradas. Love handles. Ainda mais delicioso que belly-button.


wikipédia says:
"Love handles" is a colloquial or slang term for a layer of fat that is deposited around a person's midsection, especially visible on the sides over the abdominal external oblique muscle. They are called "love handles" because they provide a soft place to rest one's hand while one's arm is around a person, or perhaps because they can serve as places to hold on while in the throes of passion...














quarta-feira, 24 de outubro de 2007

quizás, quizás, quizás

What goes around, goes around, goes around
Comes all the way back around

.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

28.




...and the question is,
was i more alive then than
i am now?
i happily have to disagree;
i laugh more often now,
i cry more often now,
i am more me...

domingo, 21 de outubro de 2007

demonstrative-relative

[you said that
no one would accept that
you won't give yourself that
much
without noticing that
that very person
has been doing that
for ages.]

endurance

aprender a não interpretar os teus silêncios.



picture from postsecret

sábado, 20 de outubro de 2007

o ponto de equilíbrio.



"- todas as pessoas têm um ponto de equilíbrio." - foi a primeira coisa que me ensinaram na dança, antes de aprender a respirar-me e a tirar os véus que me escondiam ainda mais do que hoje.


o eixo da verticalidade.

diferente em cada pessoa. mas no ponto exacto onde nada transborda e a vida se altiva.

noutro espaço e tempo, ele disse-me que o aikido é "a dança da vida". não atacar. não agredir. aproveitar a força do adversário e usá-la a seu favor. ou foi o que retive. às vezes penso nisso. às vezes faço-o. às vezes o meu compasso desenha círculos largos fora de órbita.


sinto falta da dança.


quarta-feira, 17 de outubro de 2007

cover girl








Margarita Carmen Cansino was born in New York on October 17, 1918 into a family of dancers. Her father, Eduardo was a dancer as was his father before him. He immigrated from Spain in 1913. Rita's mother met Eduardo in 1916 and were married the following year. Rita, herself, was trained as a dancer in order to follow in her family's footsteps... (more)



segunda-feira, 15 de outubro de 2007

wanted

Procura-se
qualquer coisa que não me deixe a parecer uma guardadora de vacas e de rebanhos nem me envie para a secção dos engessados logo na primeira saída, para relação de amizade e respeito mútuo e até, quem sabe, para me aquecer os pés no próximo inverno. assunto sério. sigilo total.

sábado, 13 de outubro de 2007

fado do encontro

Ao longe, distante
Fica o mar no horizonte
É nele por certo
Onde a tua alma se esconde
Carente, esperando
Esse mar és tu


Pode a noite ter outra cor
Pode o vento ser mais frio
Pode a lua subir no céu
Eu já vou descendo o rio
Na voz, revolta
Fecho os olhos, penso em ti
Tão perto, que desperto
Há uma alma à minha frente
Tão quente
Beijando, por certo que és tu






*Brassai

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

cruzámo-nos no céu

num looping a meio-caminho dos nossos destinos.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

a terra em teus braços é grande*

as palavras esperam o sono
e a música do sangue sobre as pedras corre
a primeira treva surge
o primeiro não a primeira quebra
a terra em teus braços é grande
o teu centro desenvolve-se como um ouvido
a noite cresce uma estrela vive
uma respiração na sombra o calor das árvores
há um olhar que entra pelas paredes da terra
sem lâmpadas cresce esta luz de sombra
começo a entender o silêncio sem tempo
a torre extática que se alarga
a plenitude animal é o interior de uma boca
um grande orvalho puro como um olhar
deslizo no teu dorso sou a mão do teu seio
sou o teu lábio e a coxa da tua coxa
sou nos teus dedos toda a redondez do meu corpo
sou a sombra que conhece a luz que a submerge








*António Ramos Rosa

*Sam Haskins




*seguindo aquele ritual de agarrar o livro mais próximo (olhos fechados, para dar maior ocultismo à coisa), abrir na página 161 (curiosamente, estava já marcada) procurar a quinta frase completa (que sendo um livro de poemas foi o quinto verso).




i wept wept wept
in years
my tears swept.



*Sam Haskins

Voz passiva

partiste como chegaste.

num silêncio entre-cortado por falas monológicas.

goodbyes

are never good.

sábado, 6 de outubro de 2007

a pesar


de a laranjeira não dar pêssegos, a vitamina C faz bem ao coração.


*Natasha Westcoat





dialectos de ternura

nunca tive vocação para ser professora. mas, talvez pela referência do início do ano lectivo, de vez em quando sinto uma certa nostalgia dos anos em que essa experiência fez parte da minha vida. por muito que nos esgotem, as crianças enchem-nos o coração gratuitamente, sem termos de pedir nem explicar. hoje, fora de lisboa, ouvi de repente uma vozinha convicta dizer "olá!" e olhar para mim com os olhos muito vivos. era uma menina de sete anos, que tem trissomia 21 e não me vê há mais de um ano, e que nunca foi minha aluna. e a forma segura como me reconheceu com alegria lembrou-me de uma festa em que ficou ao meu lado e estava com medo e eu lhe segurei na mão. assim inesperado o encontro, pensei que por mais que procuremos existir na vida de algumas pessoas não são essas as que nos lembram. permanecemos apenas naquelas que estão disponíveis para nos lembrar.

ilusão

toda a magia é indução dos sentidos.

a forma e o conteúdo

abraçam-se no decote do teu sorriso

e

explodem na celebração da tua gargalhada.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

"- M., anda cá comer a tua fatia de bolo!"
"- Agora não me apetece."
"-Olha, és muito simpática... não te apetece mas comias e dizias que gostavas."
-"Já viu aquilo que temos de enviar hoje, que lhe pus em cima da secretária?"




pois, não. e é das coisas que mais gosto em mim. mas irrita-me que, se nas coisas que amedrontam os outros sou espontaneamente tão firme, noutras que são bem mais simples me deixe paralisar pelo medo, como se duas pessoas completamente distintas vivessem intercaladas no mesmo corpo.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

às vezes... fado

Que hei-de eu fazer
Eu tão nova e desamparada
Quando o amor
Me entra de repente
P´la porta da frente
E fica a porta escancarada
Vou-te dizer
A luz começou em frestas
Se fores a ver
Enquanto assim durares
Se fores amada e amares
Dirás sempre palavras destas
P´ra te ter
P´ra que de mim não te zangues
Eu vou-te dar
A pele, o meu cetim
Coração carmesim
As carnes e com elas sangues
Às vezes o amor
No calendário, noutro mês, é dor,
é cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo
E se um dia a razão
Fria e negra do destino
Deitar mão
À porta, à luz aberta
Que te deixe liberta
E do pássaro se ouça o trino
Por te querer
Vou abrir em mim dois espaços
P´ra te dar
Enredo ao folhetim
A flor ao teu jardim
As pernas e com elas braços
Às vezes o amor
No calendário, noutro mês, é dor,
É cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo
Mas se tudo tem fim
Porquê dar a um amor guarida
Mesmo assim
Dá princípio ao começo
Se morreres só te peço
Da morte volta sempre em vida

Às vezes o amor
No calendário, noutro mês é dor,
É cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo




*Sérgio Godinho
*Mondino

no reservations

... yes, there should be a Pantagruel for life, with clear steps for safe recipes.

underscore


i keep on dashing
but you just prefer ellipsis.