terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

fecha a porta, por favor. não quero ouvir barulho nenhum. hoje estou pequenina, pequenina.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

as time goes by...

(depois de ao fim de quase um quarto de hora a enrolar um cigarro ficar a olhar para um cone a ameaçar desfazer-se lembrei-me porque é que há anos que não comprava tabaco de enrolar)


Nem um único salpiquinho...

e porque hoje (ainda...) é segunda-feira

Dias úteis
às vezes pretextos fúteis
pra encontrar felicidades
no percurso de um só dia

...
Dias úteis
são tão frágeis, as verdades
que se rompem com a aurora
quem as não remendaria?


...
Dias úteis
mesmo se a dor nos fizer frente
a alegria é de repente
transparente
quem a não receberia?


...

Mesmo por pretextos fúteis
a alegria é o que nos torna
os dias úteis...



[letra e música do Sérgio Godinho, na voz deliciosa da Manelinha Azevedo]

N.A.: Mas há dias que, sendo úteis, disfarçam bem...

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Kitty Simone 1 - Mei 0

Não, eu não tenho uma gata.
Cá em casa vive uma gata que me tem a mim.

A Kitty passou o primeiro ano de vida sem qualquer apelo dos prazeres da carne, tudo era inocência e suavidade. O primeiro cio veio ao de leve, como um ligeiro tremor, o susto da descoberta, e passou depressa. O segundo tardou um mês e marcou posições. Com ele vieram as primeiras serenatas nocturnas e gritos lancinantes de assustar o meu pobre coração de mãe. Eis então que, duas semanas (sim, duas singelas semanas!) depois, nova vaga! Valente e vigorosa, com direito a saltos acrobáticos sobre a minha cama - às 3 da manhã! - a vandalizar a cobertura do fogão ("pensavas fugir de casa pela chaminé??)...

"Ok, Kitty Simone, está na hora de irmos a uma consulta de planeamento familiar!"

E assim eu, na minha inocente credulidade de que ainda tinha poder de decisão, marquei a consulta com o sôdotor, para conseguirmos a melhor forma de todas as gatas desta casa poderem voltar à tranquilidade e à estabilidade hormonal, sem ter de passar pela operação (só a palavra me arrepia! brrr!!!). Pensava eu. Na minha inocente credulidade. Preparei o saquinho de transporte fashion que comprei há um ano atrás. Peguei nela com carinho, brincando pu-la lá dentro enquanto a madrinha da Kitty tentava fechar o saco e! Kitty Simone empertiga o corpo qual bebé teimoso, enrijece os músculos de tal forma que nada a consegue dobrar o necessário para entrar no saco... Várias tentativas depois, eu e a madrinha da Kitty já sem casacos, já de mangas arregaçadas, já quase a suar... fomos ter com o Sr. que a recolheu, o Sr. Segurança-Social-dos-Gatos-da-Zona, pedir uma caixa de transporte maior... voltámos confiantes e! nada! Kitty Simone cheirou, torceu o nariz e pura e simplesmente recusou-se a entrar!

E foi assim que acabei por ter de ligar ao sôdotor e explicar que não podia forçá-la, enquanto ele do outro lado ria da minha credulidade. Inocente. Eu já tinha obrigação de saber que mesmo nas questões como idas ao veterinário quem manda é sempre o gato... com aquele charme irresistível, aquela superioridade que não admite ser posta em causa, que todas as pessoas que partilham as suas vidas com gatos tão bem conhecem.


foto glamourosa daqui

sinestesia half asleep

os teus gestos ecoam nos meus ouvidos/ as tuas palavras perdem-se no meu olhar/ o teu cheiro enrola-se na minha língua/ o teu sabor confunde-se com o meu pulsar

não tenho sono.
procuro-te
penso se estaremos no desencontro
ou se te encontras
noutro sítio qualquer
anseio-te adivinho-te
espero-te
- duvido -
reverto-me
reentro dentro
do meu silêncio
- questiono -
às vezes as pessoas encontram-se
no desencontro
mas em lugares desencontrados.
[e outras não]


vou dormir.
talvez te encontre por lá.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Livin' on the edge

Esta necessidade compulsiva de estar sempre a esticar a corda é intrinsecamente humana,
ou é só de mim?...

AAAHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Preciso de apanhar ar rapidamente!!!!!!!

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Disse fêmea
Mulher feita
Faz-te fêmea
Ama-te a ti mesma
O mundo espera
Cheio de tudo
Come-o, feliz,
sã, gloriosa,
cheia
Diz-te fêmea
Mulher feita
Eu não sabia Que
nascemos sombras
Eu não sabia Que todos
têm medo De falhar,
de perder Não há
braços de fêmea
Para embalar
O mundo

Jorge Palma, Disse Fêmea

Estou enganada

quando os meus risos se estilhaçam na tua placidez
definitivamente só posso estar muito enganada.

[não digas que não TE avisei]

Os teus olhos são cor de pólvora
e o teu cabelo é o rastilho
O teu modo de andar é uma forma eficaz de atrair sarilho
A tua silhueta é um mistério da criação
E sobretudo tens cara de anjo mau
Cara de anjo mau, tu deitas tudo a perder
Basta um olhar teu e o chão começa a ceder
Cara de anjo mau, contigo é fácil cair
Quem te ensinou a ser sempre o último a rir?

Que posso eu fazer ao ver-te acenar a ferida universal?
Que posso eu desejar ao avistar tão delicioso mal?
Que posso eu parecer quando me sinto fora de mim?
Que posso eu tentar senão ir até ao fim?

Jorge Palma, Cara de Anjo Mau

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Ah! Todas as semanas deviam ter um carnaval pelo meio.

Après Maxime

Sem saber, estiveste ao meu lado toda a noite. Sem doer. Quando o amor um dia passa por dentro de nós, o tempo leva as angústias e fica sempre o aconchego. Passaram já anos e hoje talvez estejas em outros braços, mas já não dói pensar que sim, que seja assim. Onde quer que estejas, não me deixaste só. Ensinaste-me a ver. Ofereceste-me a beleza das coisas simples. As verdadeiras.

E agora? Sim, agora!
Somos como os caminhos paralelos,
que se devem separar,
que se cruzam no infinito
Eu para o meu lado,
você para o seu lado,
cada um para o seu lado
neste caos
neste infinito
que é o universo do amor*

* Menina Azul, Enapá2000

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Masquerade


Procuro um sol

à procura da lua.







domingo, 18 de fevereiro de 2007

Gostava

que os teus cabelos fossem longos.
que o teu rosto fosse rude e
que o teu olhar fosse duro.
que os teus braços fossem fortes.
E que os teus lábios sorrissem
ao ver-me chegar.

a lei da Causa-Efeito

Mas porque é que eu dou tanto a quem me dá tão pouco?
Ou será que aqueles a quem eu dou tanto
me dão tão pouco
porque eu lhes dou tanto?
E porque insisto em dar quase nada
a quem me quer dar tudo?

sábado, 17 de fevereiro de 2007


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

I dream of rain
I dream of gardens in the desert sand
I wake in vain
I dream of love as time runs through my hand*


Estou farta de oásis. Quero qualquer coisa que não se desvaneça quando lhe toco.


*Desert Rose, Sting

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

das Trevas

Depois de meses e meses a esquivar-me malabaristicamente à fatídica pergunta "Então mas afinal o que é que tu fazes mesmo?...", depois de tanto desenvolver a arte da evasão "Ah, bem, quer dizer, tás a ver, é assim uma espécie de... bem, mas voltando a falar de ti...",
eis senão quando hoje descubro que essa-coisa-manhosa-que-faço tem mesmo definição! E nome! (Dahhh me, bastava ter pesquisado há mais tempo...)

ghostwriter

é esse o nome pomposo. Alguém sabe a definição correspondente em português? Ou será daquelas coisas tão "ghost" que nem vale a pena mencionar? Spooky... Copywriter é já um termo bastante corrente na nossa linguagem, ghostwriter tem o toque de obscuro, de segredo que ninguém sabe bem o que é...
E agora coloca-se-me outra pertinente questão. Havendo nome, haverá talvez classes de "ghostwriters" como eu, escondidos nas trevas fantasmagóricas da escrita! Ah! Quero um sindicato!...