domingo, 8 de abril de 2007

o luto já passou. não foi um regresso, porque a cidade desapareceu. porque das ruínas subiram novas muralhas e um novo castelo. porque os reflexos ficaram enterrados. mas o sol brilha e aquece-me. nem passado, nem presente, e espero que nem futuro. mas uma espécie de porto seguro. um lugar onde existem pessoas que. eu que nunca fui de lá, nunca poderei voltar. passou tanto tempo. o tempo suficiente para deixar de sentir medo. para deixar de sentir pena ou saudade. é um espaço novo, ainda que o traçado seja ligeiramente reconhecível. o aconchego de ninguém me querer tirar, exigir, viver de mim. de receber genuinamente. de partilhar só por estar. o verde das estradas que percorri em viagens repetidas anos e anos. o brilho do sol reflectido nas águas. sempre que me sentir presa numa teia sem encontrar a razão, posso desenredar o fio no sentido inverso e reencontrarei o ponto de partida. onde estou eu. sempre que me sentir sufocar, sei que existe uma fonte numa espécie de espaço paralelo. detrás das paredes, dos caminhos, das pedras. não podem tirar-me o que sou. haverá sempre sol e luz e calor e um espaço aberto para respirar.

sensitive dependency on initial conditions

nem de propósito, ontem deu na televisão The Butterfly Effect.

"The "Butterfly Effect" is the propensity of a system to be sensitive to initial conditions. Such systems over time become unpredictable, this idea gave rise to the notion of a butterfly flapping it's wings in one area of the world, causing a tornado or some such weather event to occur in another remote area of the world."

Does the flap of a butterfly’s wings in Brazil set off a tornado in Texas?*

"Oh, wake up. You know what chaos is. Simple deterministic dynamics leading to irregular, random-looking behavior. Butterfly effect. That stuff."

"Of course, I know that," Socrates said in irritation. "No, it was the idea of dynamic logic that was puzzling me. How can logic be dynamic?"

daqui

*theory postulated by Edward Lorenz

curto-circuito

numa terra qualquer, existe um autocarro. não tem paragens. as pessoas vão pela rua, fazem sinal e o autocarro pára para os passageiros subirem. quem entra cumprimenta quem está. não existem filas de lugares, apenas uma espécie de sala onde há quatro lugares frente a frente e um pequeno espaço para as pessoas irem em pé. e um lugar para encaixar uma cadeira de rodas. tudo o que faz falta, portanto. quem quer sair toca a campaínha e o autocarro pára. despede-se de quem fica. assim, tão simples. para quê complicar? cada pedaço da realidade circunscreve-se num pequeno espaço, e dentro das suas linhas tudo funciona perfeitamente, num circuito definido. que pode ser interrompido e retomado em qualquer ponto do percurso.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

minutos de silêncio


enquanto outros adoram o homem que sobe na cruz,
eu parto em viagem ao meu passado e exorcizo fantasmas.
pode ser que ressuscite antes do terceiro dia.


*photo by M. Galrinho

quinta-feira, 5 de abril de 2007

e x h a u s t e d

terça-feira, 3 de abril de 2007

cry me a river

a tristeza e a alegria brotam da mesma fonte e correm para o mesmo mar.

e nada apazigua mais do que desabar a alma e o corpo.

ele vive...

agora que já menos se ouvem as muitas vozes que se acenderam acerca da eleição do português que representa o nome de o ser, opino. salazar vive. em muitos rostos, em muitas vozes. as pessoas são chamadas ao gabinete do líder para serem pressionadas a deletar os colegas. duas a conversar são revoltosas que conspiram... ou são "esquisitas". quatro pessoas são "dispensadas" porque chegam um quarto de hora atrasadas porque saem-de-casa-andam-a-pé-paragem-de-autocarro-apanhar-o-barco-andam-a-pé-apanham-o-metro. e o barco atrasa-se."põem o despertador mais cedo, já chegam a horas". para servirem de exemplo, para que todos os outros não ousem. quem sai na hora de saída é interrogado "e a entrar, também foste assim pontual?". pessoas refundidas num armazem nas traseiras de um prédio. com fungos, com baratas, com formigas, que a natureza é mãe e somos todos irmãos. aqueles que ousam almoçar são vaiados com o olhar. os que ousam almoçar na cozinha são interrompidos como se estivessem no seu posto de trabalho. porque a hora de almoço é um luxo burguês, não é um direito. salazar vive. pessoas trabalham porque têm filhos, têm rendas de casa, têm família a seu cargo, para a projecção da vedeta. o culto da personalidade. as pessoas são despedidas na hora da saída, "para não se revoltarem". avisadas no momento. independentemente de terem filhos que precisam que a mãe tenha emprego no dia seguinte. salazar vive. num qualquer escritório chique do centro da cidade. viram o seu sorriso forçado na foto que saiu no jornal? é que os homens maus não ficam bem na fotografia.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Sou uma tábua-rasa



*Photo by Ernestine Ruben

sou irmã de alguém,
filha de alguém, tia de alguém
sobrinha de alguém, prima de alguém
amiga de alguém,conhecida de alguém
colega de alguém,chefe de alguém
empregada de alguém, vizinha de alguém,
afastada de alguém

fui neta de alguém,
aluna de alguém, professora de alguém
mão de alguém, perdição de alguém
amada de alguém

sou a voz de alguém,
sou o corpo de alguém,
sou a imagem de alguém,
sou o rosto de alguém,

não sei bem
quem.

*Photo by Peter van Strahlen

sexta-feira, 30 de março de 2007

As mulheres voam
como os anjos:
Com as suas asas feitas
de cristal de rocha da memória


Disponíveis
para voar
soltas...
Primeiro
lentamente: uma por uma
Depois,
iguais aos pássaros
fundas...
Nadando, juntas
Secreta a rasar o chão
a rasar a fenda da lua
no menstruo
por entre a fenda das pernas
Às vezes é o aço
que se prende na luz
A dobrarmos o espaço?

Bruxas:
pomos asas em vassouras de vento
E voamos


Como as asas lhe cresciam nas coxas
diziam dela: que era um anjo do mar
Rondo alto, postas em nudez de ombros e pernas
perseguindo, pelos espaços,
lunares da menstruação
e corpo desavindo
Não somos violência
mas o voo

quando nadamos
de costas pelo vento
até à foz do tempo
no oceano denso
da nossa própria voz
Sabemos distinguir
a dormir
os anjos das rosas voadoras
pelo tacto?
Somos os anjos do destino
com a alma
pelo avesso
do útero
Voamos a lua
menstruadas


Os homens gritam:
– são as bruxas
As mulheres pensam:
– são os anjos
As crianças dizem:
– são as fadas

Fadas?
filigrama cintilante
de asas volteando
no fundo da vagina
Nadamos?
De costas, no espaço deste século
Mudar o rumo
e as pernas mais ao fundo
portas por trás
dobradas pelos rins
Abrindo o ar
com o corpo num só golpe
Soltas, viando até chegar ao fim
Dizem-nos
que nos limitemos ao
espaço
Mas nós voamos
também
debaixo de água
Nós somos os anjos
deste tempo
Astronautas,
voando na memória
nas galáxias do

vento...

Temos um pacto
com aquilo que voa
- as aves
da poesia
– os anjos
do sexo
– o orgasmo
dos sonhos
Não há nada
que a nossa voz não
abra
Nós somos as bruxas
da palavra


*poema de Maria Teresa Horta

*imagens de Sylvia Ji , Zöe Regöczy & Joshua Petker

quinta-feira, 29 de março de 2007

serviço nostalgia

Myspace Mp3 Player, MySpace MP3 Players, Flash MP3 Players


porque, entre outras afinidades, esta música liderava o top quando eu nasci!...


*Gloria Gaynour, versão dos Cake

quarta-feira, 28 de março de 2007

encontro as pessoas certas na hora errada.
ou sou eu a pessoa errada, à hora certa.

segunda-feira, 26 de março de 2007


my love is an old rose, fading slowly day by day.

domingo, 25 de março de 2007

empatia*

hoje estive a rever um filme que adoro.

Frida Kahlo





*de em + Gr. páthos, estado de alma


s. f.,
capacidade psicológica para se identificar com o eu de outro, conseguindo sentir o mesmo que este nas situações e circunstâncias por esse outro vivenciadas.

Única, exclusiva e especialmente para a A.!

(um sorrisinho, faxavor!!!!)



É isso aí
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre
É isso aí
Os passos vão pelas ruas
Ninguém reparou na lua
A vida sempre continua


"good girls go to heaven, bad girls go everywhere" ;-)

sábado, 24 de março de 2007

... fui!!


"Celebração Shutdown Day
Não, não somos agarrados aos computadores. Não, não precisamos deles para sobreviver. Não, não nos levantamos a correr para ver os mails mesmo antes do pequeno-almoço. Não. Nós conseguimos ler as notícias sem ser on-line, conseguimos ir às compras sem ser no Ebay, somos capazes até de ainda escrever a caneta, se for preciso. Não somos dependentes da Internet, não achamos que a melhor revista do mundo se recebe por mail, conseguimos perfeitamente pesquisar sobre qualquer assunto sem usar o Google. Ok, estamos a mentir. Talvez sejamos um bocadinho viciados. Mas hoje não. Arranquem-nos os ratos da mão, desapareçam-nos com o teclado. É
Dia de Desligar. Tudo. Virar as costas à tecnologia e poupar um pouco de energia. Viver sem máquinas durante 24 horas. A ver se somos capazes. /Jane

ONDE
no mundo inteiro

QUANDO
vá, é só hoje

QUANTO
gratuito e saudável"



informação lecool lisboa


ora bolas... esta minha mania de ler as notícias depois delas passarem :-(

aka

desprezo imenso as pessoas que fazem publicidade a si próprias. por "defeito de ocupação", torço inevitavelmente o nariz sempre que vejo um texto a falar de alguém, do que alguém fez ou pensa fazer. por defeito "de ocupação", assumo que tudo aquilo que se vende é feito para se vender, é criado por encomenda para criar uma ilusão que incite ao consumo inconsciente, "sem questionar". quando alguém me diz que fulano tal escreveu um livro, a minha pergunta imediata é "quem é que lho terá escrito". claro que é um julgamento injusto, como todas as generalizações o são.
eu aprecio o espectáculo que o é frontal e deliberadamente, encanta-me todo o processo de criação e todo o mecanismo de bastidores. mas cada dia tenho menos paciência para o aparato cénico de uma propaganda que se dissimula e procura camuflar-se para se confundir com a realidade.
talvez por amor à arte, cada vez me enjoo mais com as figurinhas "é só juntar água".

um artista que o seja verdadeiramente, seja naquilo que for, dispensa qualquer texto de apresentação.
para mim, o artista que o é de facto é aquele cuja obra fala por si, de uma forma inquestionável e implagiável. é aquele que é a sua própria obra e imagem. na vida como na arte, quem sabe que tem valor sabe que não precisa de dizer nada, pois aquilo que faz grita de uma forma que ninguém consegue ignorar, por muito que queira.

scissors

*by Madoz


hoje vou cortar o cabelo. não, não vou à cabeleireira. vou cortar o cabelo. tenho "um trauma" de pequena porque os meus pais eram de opinião que as crianças deviam ter sempre o cabelo curto para crescer forte saudável. eu era de opinião que não queriam ter trabalho a desembaraçar-nos o cabelo... ok, lá forte e saudável é ele, mas eu tinha um desgosto imenso quando via as outras meninas com cabelos a baloiçar ao vento, enquanto os meus projectos de caracol nem se moviam. desde então sempre foi para mim uma tortura cortar o cabelo, convicta de que todas as cabeleireiras cortam como se não houvesse amanhã. assim, há uns tempos adquiri triunfantemente a minha primeira tesoura "de pro". e descobri o mundo maravilhoso das tesouradas. já fiz franja longa e franja curta, escadeei e acertei, pintei de azul, de vermelho, pus madeixas cor-de-rosa. all by myself. é um exercício de criatividade e descontracção. aconselho vivamente.

quinta-feira, 22 de março de 2007

i could dance


till the end


of time


the shape of my heart

ontem logo ao sair de casa encontrei no caminho uma carta igualzinha a esta:

as cartas fazem parte da minha vida há muitos anos. quando por acaso encontro alguma na rua penso sempre que são mensagens que se espelham na minha frente para não me passarem despercebidas. o Ás de Copas é uma das minhas cartas preferidas, representa o início e o triunfo do amor.

Para começo da Primavera, deve ser um bom prenúncio.

"He deals the cards to find the answer
the sacred geometry of chance
The hidden law of probable outcome
The numbers lead a dance"


*Shape of my heart - Sting

terça-feira, 20 de março de 2007

dizem que chega amanhã



o tempo dos novos começos

*Photo by Diyosa

segunda-feira, 19 de março de 2007

Pai

chegar cansada e repousar no teu abraço.

domingo, 18 de março de 2007

ohmeudEus, faz com que o dia de amanhã passe depressa

e, se não for pedir muito, que eu não dê por ele.

a sério. não há justiça no mundo. tanta aspirante a assessora à volta dela e tinha de me sair a mim, que só quero paz na minha vidinha, a sorte grande. sem terminação.

"- segunda-feira vou à rádio no seixal e tu vais comigo."

"- eu? no seixal???..."

"- sim, vamos as duas."

(medo, muito medo.)

"- e como é que eu vou?"

"- vens comigo, eu venho cá buscar-te."

(a tragédia, o horror.)

[...]

"- mas não chegou a ver a pasta..."

"- não te preocupes, m.! nós temos de lá estar às 11, por isso eu às 10 venho ter contigo e temos tempo!"

(ok. rádio no seixal às 11, e às 10 horas vem ter comigo ao centro de lisboa... bem, da última vez que fomos para um estúdio, tinha de estar às 10 ao pé de cascais. às 11 horas ligou-me, estava perdida em sintra... "ia a pensar em deus e distraí-me nas saídas"... (ah, pronto, se ia com deus...).

e nem vou pensar na fama dela ao volante... diz quem já experimentou que temeu pela vida, a ver o ponteirinho da velocidade do z3 sempre bem no alto (glup!, agora percebi porque é que ela não tem pressa...)

e para além de passar todo o santo dia a ouvir aquelas frases tãaao lindas, de que é que vamos falar no caminho? e ao almoço? já me fez quinhentas perguntas sobre o meu piercing e sobre a gata, começa a faltar assunto da treta... acho que a minha vida não se enquadra lá muito bem nos padrões católicos! se eu lhe contasse benzia-se o resto do dia... e será que vou ter de ouvir aqueles cdzinhos de cânticos no caminho???

ai!... se eu prometer que na próxima vida vou ser boazinha e fazer aquelas coisas todas certinhas que as pessoas certinhas fazem será que me deixam sossegada?

*Photo by Mcneney

pele

a minha pele hiper-cicatriza de forma misteriosa. ontem percebi que cada uma das estranhas cicatrizes que se foram formando ao longo do meu crescimento estão directamente associadas a uma ferida interior que continuou a cicatrizar sobrepondo camada após camada, como um mecanismo inato de protecção. a primeira foi a mais comprida, a que ficou atrás das costas e acabou por se tornar ligeira, embora se tenha esticado ao longo dos anos. a segunda é aquela que teve a forma de uma mariposa e acabou por se assemelhar a um coração de sangue, a que ainda dói de vez em quando, a que dificilmente passa despercebida um dia que seja. a que escondo para não ferir ninguém. e agora tenho uma pequenina, dura, redondinha e precisa como tu foste, certeira. acariciava-a ligeiramente e pensava "não consigo tirar-te da cabeça".

domingo de paixão

Apaga-me os olhos;

ainda posso ver-te


Tapa-me os ouvidos;

ainda posso ouvir-te


E sem pés posso ainda ir para ti


E sem boca posso ainda invocar-te


Quebra-me os braços

e posso apertar-te

Com o coração

como com a mão


Tranca-me o coração

e o cérebro latejará


E se me deitares fogo ao cérebro


Hei-de continuar a trazer-te no sangue


Rainer Maria Rilke

sábado, 17 de março de 2007

rosa indigo

quando fixamos uma determinada cor, a retina fica tão cansada dela que, ao desviarmos o olhar, instantaneamente busca a sua complementar, para descansar.


de tanto procurar uma imagem os meus olhos ficaram saturados,
preciso de encontrar a paz no seu oposto.

sexta-feira, 16 de março de 2007

e porque hoje é sexta-feira

"

Come and complete me, stay here with me
This is all true, it's water I drink
I want you to show me how mad is your love
Come and attack me it's not gonna hurt
Fight me, deny me if I fear when you're close
Let's make love and listen to death from above...


CSS

quinta-feira, 15 de março de 2007

Dias úteis (II)

está toda a gente cheia de pressa e ansiedade. pressa de chegar sei lá onde, ansiedade de ter sei lá o quê. toda a gente cheia de trabalho e a dar trabalho. pela porta entreaberta entra uma brisa fresca frutada e eu, sem pressa e sem ansiedade, levanto-me e vou à janela.

o sol enche-me a cara e faz-me piscar os olhos,

e vem-me à cabeça Sebastião da Gama (!!!):

“Tens muito que fazer? Não. Tenho muito que amar.”

cenas

um dos meus rituais sagrados é "acordar". ponho o despertador para as 7, para me levantar quase às 8. saio do sono devagarinho com a música da rádio e, quando estou suficientemente desperta para me conseguir arrastar da cama, levanto-me e faço café. manhã sem cheiro a café fresco não é manhã. de caneca na mão vou até à varanda e acendo um cigarro. e é aí que a-c-o-r-d-o saboreando cada bocadinho enquanto a luz desperta as árvores e os telhados da lisboa da minha varanda.
e hoje, de repente, vejo no parapeito da janela da frente um casalinho de pombos a arrulhar, repiniquiu, repiniquiu. e beijavam-se e rebeijavam-se. é a primavera, a primavera. acordar com um quadro tão espontâneo mesmo à frente enternece o coração mais empedernido. eis que reparo que não sou a única na contemplação embevecida do meloso casal. aninhada aos meus pés, kitty simone também fitava fixamente os pombinhos. noto nos seus olhos um brilhozinho especial. é uma sentimental, esta gata ...

terça-feira, 13 de março de 2007

Come on,

Fly away with me



*photos by Dyxie & Eyecatcher

segunda-feira, 12 de março de 2007

post didáctico

-"Não queres jantar?"
-"Não, eu nem costumo jantar."
-"Mas gostas de comer."
-"Hã? Tás tonta!"
-"Gostas, gostas. Cada vez que me descreves um cenário romântico tem quase sempre comida pelo meio."

Pronto, confesso. Adoro cozinhar. E mais ainda, adoro cozinhar para quem amo. É um presente, um ritual de sedução tão óbvio e natural como outro qualquer.

Fazendo da fama proveito abro aqui então uma rubrica gastronómica, deixando a quem quiser receitas práticas cheias de glamourrrrr.


entrada:
sobre tostas integrais fininhas, sobrepõe-se uma camada de queijo fresco para barrar, uma "tranche" de salmão fumado e uma folhinha de rúcola selvagem.
prato principal:
escaldam-se espinafres e courgettes cortadas em rodelas muito fininhas. retira-se do lume e escorre-se (óbvio), salpica-se com (muiiita, se for eu a fazer) pimenta branca e sal. Mistura-se um requeijão e um niquinho de molho pesto, mexe-se bem.
Num pirex dispõe-se folhas de lasanha, este recheio e molho béchamel de compra, é só abrir o pacote. pôr no forno e esperar que fique crocante.
sobremesa:
prepara-se uma mousse de chocolate caseira (a receita que vinha nos pacotes de açucar é simples e serve perfeitamente). Dispor metade num recipiente próprio e levar uns 15 minutinhos ao forno. Retira-se e, quando estiver frio, cobre-se com o resto da mousse. Pessoas mais destemidas ou para estomâgos menos sensíveis podem salpicar algumas especiarias, tipo pimenta rosa, canela, ou gengibre.
Rega-se tudo com um bom vinho verde. Pessoalmente prefiro um tinto alentejano.
Enjoy.

domingo, 11 de março de 2007

Divine

"Back in the day you had been part of the smart set
You'd holidayed with kings, dined out with starlets
From London to New York, Cap Ferrat to Capri
In perfume by Chanel and clothes by Givenchy
You sipped camparis with David and Peter
At Noel's parties by Lake Geneva
Scaling the dizzy heights of high society
Armed only with a cheque-book and a family tree"

és tão simples e é como se o mundo inteiro fosse teu. isso encantava-me tanto.

[...]
And so you come here to escape your little flat
Hoping someone will fill your glass and let you chat about how
You chased the sun around the Cote d'Azur
Until the light of youth became obscured
And left you all alone and in the shade*


era tão fácil quando a tua presença iluminava todas as salas, todas as ruas.
agora eu olho para ti e vejo-te uma forma humana
e no lugar que a tua luz ocupava ficou um vazio tão grande

que me sinto perdida.


* Divine Comedy - A Lady of a Certain Age

vá-se lá perceber

como é que num dia luminoso como este eu, que nasci num país cheio de sol e cresci na paz alentejana de uma cidade verdejante, e que nem preciso de andar muito para ver o Tejo a banhar a bela Lisboa, tive vontade de estar na ALEMANHA (!!!), estendida na relva a apanhar sol nas margens do rio?...

(é o que dá andar a ler textos em alemão num domingo de manhã)

sábado, 10 de março de 2007

ora dá cá um e a seguir dá outro...

vou ali

e já volto.

Bebo-te secretamente

e assim corres dentro de mim.

sexta-feira, 9 de março de 2007




You are my sweetest downfall
I loved you first, I loved you first
Beneath the stars came fallin' on our heads
But they're just old light, they're just old light


Regina Spektor, Samson

narcisa

amar-te era amar-me reflectida noutro rosto

quinta-feira, 8 de março de 2007

bELA

Klimt

ágica mística eiga melosa isteriosa magnífica mais aliciosa
usa música arcante maravilhosa emorável maquiavélica uito
ei ULHER

quarta-feira, 7 de março de 2007

"Quando não cortamos com uma coisa que nos está a impedir de evoluir a vida encarrega-se de no-la tirar."

terça-feira, 6 de março de 2007

o mundo é uma aldeia

Tive um sábado muito étnico. Ainda com um olho fechado fui com a mana ao mercado biológico do principe real, que para além de ser um lugar que adoro (e apesar do facto de eu estar mais a dormir q outra coisa) me trouxe aquele ar fresco das manhãs em que era criança e ia com a minha mãe à praça lá da terra, o que é sempre uma coisa boa de sentir no comecinho do fim-de-semana.

Do Principe Real desci para o centro comercial da mouraria, esse mundo à parte que é o "martim mónhis". Fui um bocado a medo, vá lá que eu já estou habituada a ser olhada na rua mas ali é entrar numa outra dimensão, em que eu estou claramente a mais, é ser invasora em terreno estranho. Eu ia com um propósito definido e repetia para mim mesma as indicações que me deram "desces até ao piso em que não dá para desceres mais, depois da escada viras à direita". E foi tão fácil que até dei mais uma volta, já que estava tão destemida não ia resolver tudo em dois minutos. Perguntei num lado, mas comprei no outro. "quanto custam os lenços?" "seteurox" "ah, e estas calças?" "dexeurox. levasdoix, hm?" "Ah, não, deixe tar, só tenho 15 €". "Levaxduax quinzeh eurox", e assim eu, que nunca regateio nada, saí triunfante com a minha conquista de dois euros de redução, e o meu lenço e as minhas calças cheios de medalhinhas tilintantes, quase dignos de uma bailarina profissional. Modesta.


Após ter tido que adiar por várias vezes o convite, lá acedi a ir com a minha outra maninha, a que não é de sangue mas é de alma, experimentar "o italiano de alvalade". Ora o "italiano de Alvalade" está localizado onde antes era um restaurante chinês, e embora a comida seja italiana os donos são paquistaneses, instalados em Portugal, que aprenderam a confeccionar comida italiana na Alemanha. Woww! O conceito de pão de alho é um bocado alternativo, mas o resultado desta cozinha é surpreendentemente bom!


E para terminar em beleza conheci Ó-Chá Tea Room. Mal entrei acho que as pupilas dos meus olhos se devem ter dilatado, tantas coisas bonitas, as paredes desenhadas, mil pecinhas pensadas ao pormenor, bolos de cores mágicas a lembrar receitas de bruxas e feitiços, cheiros e cores e uma voz cristalina e quente, que eu, fervorosa devota da bica forte com cigarro, nem me importei de renunciar aos meus prazeres pelo prazer de um cafézinho de cafeteira, aromático e com flores de anis a bailar no pires. Adorei as pessoas e a sensação confortável de "estar em casa" numa casa tão composta de coisas tão bonitas, que só pela casa-de-banho já vale a visita...

(ok, e a quem é que isto interessa? a ninguém, mas com um post tão grande duvide que alguém chegue até aqui...)

segunda-feira, 5 de março de 2007


domingo, 4 de março de 2007

She stepped into the park
I gave up looking for angels
Each moment loving the last one
The fear is walking us by
I understand all her demons
Relying on the day she will see
Shine on

Your freedom,
I cannot bear
I'll try to be immune to the sadness
Now I pretend we are lovers
I keep wondering why
Shine on
You defy, I remain
Prisoner of your decisions
I dream, you laugh
I can remember how it started

One day, you'll see
Details will make all the difference
I love you, goodbye
Now you know i'm gone

Shine on


Blind Zero - Shine On

ponho flores no teu caminho que tu pisas a rir transformo em ouro todos os bocados que rodeiam a tua vida e tu olhas com desdém e segues faço das tuas lágrimas gotas de orvalho fresco e tu deixas-me a naufragar nas ondas dos teus humores e eu recrio para ti a alegria e deixo sempre que assim seja para que continues a brilhar e às vezes penso para comigo
[será que um dia vais amar a minha ausência?]

sábado, 3 de março de 2007

às avessas


O meu lado esquerdo
Oriente do meu instinto
É o lado que me guia no escuro
É o lado com que eu choro e com que eu sinto
Meu é o meu
foi o meu lado esquerdo
Que me levou até ti
Quando eu já pensava
Que não existias para mim no mundo



clã - lado esquerdo

sexta-feira, 2 de março de 2007

Ai eu gosto tanto

de sair de repente do trabalho a meio da manhã, de correr pela rua fora com o ar que é fresco mas já não é frio a despentear-me, de olhar as pessoas que passam por mim, destes dias cheios de luz, de olhar para os cafés e para os quiosques cheios de gente apressada.
Desde pequena sempre adorei estas escapadelas às obrigações, e saboreio deleitada estes momentos em que ninguém, em lugar nenhum, sabe onde eu estou.
Estou no mundo, o ar que me abraça é a minha casa, e nestes momentos que são só meus, não tenho medo de nada.

leitura para o fim-de-semana


quinta-feira, 1 de março de 2007

hibernei


terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

fecha a porta, por favor. não quero ouvir barulho nenhum. hoje estou pequenina, pequenina.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

as time goes by...

(depois de ao fim de quase um quarto de hora a enrolar um cigarro ficar a olhar para um cone a ameaçar desfazer-se lembrei-me porque é que há anos que não comprava tabaco de enrolar)


Nem um único salpiquinho...

e porque hoje (ainda...) é segunda-feira

Dias úteis
às vezes pretextos fúteis
pra encontrar felicidades
no percurso de um só dia

...
Dias úteis
são tão frágeis, as verdades
que se rompem com a aurora
quem as não remendaria?


...
Dias úteis
mesmo se a dor nos fizer frente
a alegria é de repente
transparente
quem a não receberia?


...

Mesmo por pretextos fúteis
a alegria é o que nos torna
os dias úteis...



[letra e música do Sérgio Godinho, na voz deliciosa da Manelinha Azevedo]

N.A.: Mas há dias que, sendo úteis, disfarçam bem...

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Kitty Simone 1 - Mei 0

Não, eu não tenho uma gata.
Cá em casa vive uma gata que me tem a mim.

A Kitty passou o primeiro ano de vida sem qualquer apelo dos prazeres da carne, tudo era inocência e suavidade. O primeiro cio veio ao de leve, como um ligeiro tremor, o susto da descoberta, e passou depressa. O segundo tardou um mês e marcou posições. Com ele vieram as primeiras serenatas nocturnas e gritos lancinantes de assustar o meu pobre coração de mãe. Eis então que, duas semanas (sim, duas singelas semanas!) depois, nova vaga! Valente e vigorosa, com direito a saltos acrobáticos sobre a minha cama - às 3 da manhã! - a vandalizar a cobertura do fogão ("pensavas fugir de casa pela chaminé??)...

"Ok, Kitty Simone, está na hora de irmos a uma consulta de planeamento familiar!"

E assim eu, na minha inocente credulidade de que ainda tinha poder de decisão, marquei a consulta com o sôdotor, para conseguirmos a melhor forma de todas as gatas desta casa poderem voltar à tranquilidade e à estabilidade hormonal, sem ter de passar pela operação (só a palavra me arrepia! brrr!!!). Pensava eu. Na minha inocente credulidade. Preparei o saquinho de transporte fashion que comprei há um ano atrás. Peguei nela com carinho, brincando pu-la lá dentro enquanto a madrinha da Kitty tentava fechar o saco e! Kitty Simone empertiga o corpo qual bebé teimoso, enrijece os músculos de tal forma que nada a consegue dobrar o necessário para entrar no saco... Várias tentativas depois, eu e a madrinha da Kitty já sem casacos, já de mangas arregaçadas, já quase a suar... fomos ter com o Sr. que a recolheu, o Sr. Segurança-Social-dos-Gatos-da-Zona, pedir uma caixa de transporte maior... voltámos confiantes e! nada! Kitty Simone cheirou, torceu o nariz e pura e simplesmente recusou-se a entrar!

E foi assim que acabei por ter de ligar ao sôdotor e explicar que não podia forçá-la, enquanto ele do outro lado ria da minha credulidade. Inocente. Eu já tinha obrigação de saber que mesmo nas questões como idas ao veterinário quem manda é sempre o gato... com aquele charme irresistível, aquela superioridade que não admite ser posta em causa, que todas as pessoas que partilham as suas vidas com gatos tão bem conhecem.


foto glamourosa daqui

sinestesia half asleep

os teus gestos ecoam nos meus ouvidos/ as tuas palavras perdem-se no meu olhar/ o teu cheiro enrola-se na minha língua/ o teu sabor confunde-se com o meu pulsar

não tenho sono.
procuro-te
penso se estaremos no desencontro
ou se te encontras
noutro sítio qualquer
anseio-te adivinho-te
espero-te
- duvido -
reverto-me
reentro dentro
do meu silêncio
- questiono -
às vezes as pessoas encontram-se
no desencontro
mas em lugares desencontrados.
[e outras não]


vou dormir.
talvez te encontre por lá.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Livin' on the edge

Esta necessidade compulsiva de estar sempre a esticar a corda é intrinsecamente humana,
ou é só de mim?...

AAAHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Preciso de apanhar ar rapidamente!!!!!!!

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Disse fêmea
Mulher feita
Faz-te fêmea
Ama-te a ti mesma
O mundo espera
Cheio de tudo
Come-o, feliz,
sã, gloriosa,
cheia
Diz-te fêmea
Mulher feita
Eu não sabia Que
nascemos sombras
Eu não sabia Que todos
têm medo De falhar,
de perder Não há
braços de fêmea
Para embalar
O mundo

Jorge Palma, Disse Fêmea

Estou enganada

quando os meus risos se estilhaçam na tua placidez
definitivamente só posso estar muito enganada.

[não digas que não TE avisei]

Os teus olhos são cor de pólvora
e o teu cabelo é o rastilho
O teu modo de andar é uma forma eficaz de atrair sarilho
A tua silhueta é um mistério da criação
E sobretudo tens cara de anjo mau
Cara de anjo mau, tu deitas tudo a perder
Basta um olhar teu e o chão começa a ceder
Cara de anjo mau, contigo é fácil cair
Quem te ensinou a ser sempre o último a rir?

Que posso eu fazer ao ver-te acenar a ferida universal?
Que posso eu desejar ao avistar tão delicioso mal?
Que posso eu parecer quando me sinto fora de mim?
Que posso eu tentar senão ir até ao fim?

Jorge Palma, Cara de Anjo Mau

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Ah! Todas as semanas deviam ter um carnaval pelo meio.

Après Maxime

Sem saber, estiveste ao meu lado toda a noite. Sem doer. Quando o amor um dia passa por dentro de nós, o tempo leva as angústias e fica sempre o aconchego. Passaram já anos e hoje talvez estejas em outros braços, mas já não dói pensar que sim, que seja assim. Onde quer que estejas, não me deixaste só. Ensinaste-me a ver. Ofereceste-me a beleza das coisas simples. As verdadeiras.

E agora? Sim, agora!
Somos como os caminhos paralelos,
que se devem separar,
que se cruzam no infinito
Eu para o meu lado,
você para o seu lado,
cada um para o seu lado
neste caos
neste infinito
que é o universo do amor*

* Menina Azul, Enapá2000

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Masquerade


Procuro um sol

à procura da lua.







domingo, 18 de fevereiro de 2007

Gostava

que os teus cabelos fossem longos.
que o teu rosto fosse rude e
que o teu olhar fosse duro.
que os teus braços fossem fortes.
E que os teus lábios sorrissem
ao ver-me chegar.

a lei da Causa-Efeito

Mas porque é que eu dou tanto a quem me dá tão pouco?
Ou será que aqueles a quem eu dou tanto
me dão tão pouco
porque eu lhes dou tanto?
E porque insisto em dar quase nada
a quem me quer dar tudo?

sábado, 17 de fevereiro de 2007


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

I dream of rain
I dream of gardens in the desert sand
I wake in vain
I dream of love as time runs through my hand*


Estou farta de oásis. Quero qualquer coisa que não se desvaneça quando lhe toco.


*Desert Rose, Sting

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

das Trevas

Depois de meses e meses a esquivar-me malabaristicamente à fatídica pergunta "Então mas afinal o que é que tu fazes mesmo?...", depois de tanto desenvolver a arte da evasão "Ah, bem, quer dizer, tás a ver, é assim uma espécie de... bem, mas voltando a falar de ti...",
eis senão quando hoje descubro que essa-coisa-manhosa-que-faço tem mesmo definição! E nome! (Dahhh me, bastava ter pesquisado há mais tempo...)

ghostwriter

é esse o nome pomposo. Alguém sabe a definição correspondente em português? Ou será daquelas coisas tão "ghost" que nem vale a pena mencionar? Spooky... Copywriter é já um termo bastante corrente na nossa linguagem, ghostwriter tem o toque de obscuro, de segredo que ninguém sabe bem o que é...
E agora coloca-se-me outra pertinente questão. Havendo nome, haverá talvez classes de "ghostwriters" como eu, escondidos nas trevas fantasmagóricas da escrita! Ah! Quero um sindicato!...

ODEIO

"A equipa está de parabéns, vamos almoçar todas juntas pra comemorar!"

O-D-E-I-O almoços de trabalho!! Passar o dia a escrever coisas da treta, sorriso já cor-de-caca como quem sim, está muitíssimo interessada, ainda vá que não vá, a vida não tá pra grandes idealismos e ok, isto há-de ser uma fase passageira... falam comigo e eu só vejo euros a tilintar à minha frente, e acabo por sorrir, de verdade...
mas agora... ALMOÇOS??? Isso já é demais!!! Sacrificar a única horinha em que posso respirar, estar com quem gosto, falar do que realmente me interessa, permitir-me extravagâncias da nouvelle (e da antique) cuisine... nah!!! A hora do almoço é uma conquista, um direito inalienável do trabalhador!!!!!

"Que cara é essa? Não queres?"

"Ah, é que eu já tinha um almoço combinado..."

Não presto, eu sei... e ADORO ser assim!!!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Roses are red

A felicidade? A felicidade é ter alguém à espera.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

My funny Valentine...

- Doeu muito quando caíste do céu?

- Olá, estou a elaborar um projecto sobre as melhores coisas da vida. Posso entrevistar-te?

- Tens aí 1€ que me emprestes? É que quero telefonar à minha mãe para lhe dizer que acabei de conhecer a pessoa com quem vou casar.

– Diz-me só o teu nome, para eu saber o que pedir ao Pai Natal.

- Não sabia o que era uma vertigem até te conhecer…

-Perdi o meu patinho de borracha, tomas banho comigo?

- Essa roupa ficava um espectáculo no chão do meu quarto.

- Se é verdade que somos o que comemos, eu amanhã podia ser tu!!!


E a cerejinha no cimo do bolo...

- Chama-me gaveta e desarruma-me toda...

frases "roubadas" daqui...

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Outcoming

Fajavor,
alguém que encontre a chave do meu armário.

As Intermitências da Vida

Ou então o botãozinho onde se apaga a minha história.

Ennui

Tea leaves thwart those who court catastrophe,
designing futures where
nothing will occur:
cross the gypsy’s palm and yawning she
will still
predict no perils left to conquer.
Jeopardy is jejune now: naïve knight
finds ogres out-of-date and dragons unheard
of, while blasé princesses
indict
tilts at terror as downright absurd.

The beast in Jamesian
grove will never jump,
compelling hero’s dull career to crisis;
and when
insouciant angels play God’s trump,
while bored arena crowds for once look
eager,
hoping toward havoc, neither pleas nor prizes
shall coax from
doom’s blank door lady or tiger.


Sylvia Plath

sábado, 10 de fevereiro de 2007


*imagem de sara cacao

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Adoro

o cheiro do entardecer quando os dias começam a espreguiçar-se pela noite fora.

(re)Verso

Porque é que quanto mais te afastas
mais a tua presença se impõe
dentro de mim?

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

spellcast

Quero que tu voltes.

Mesmo que não seja para amar
mesmo que não seja para ficar.

Quero que tu voltes.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Neura de Domingo à noite

O que mais gosto nos fins de semana é que as horas têm uma medida diferente.
As horas fluem à minha medida.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Princípios básicos da vida II



Não adianta olhar para o passado

à espera de ver o futuro reflectido nele.


(imagem daqui)

eco

Nos espaços dos teus passos
a dor que me rasga é fome
sedência
sem cedência.

Complexo de Marilyn

Quem disse que a vitória tem muitos pais nunca a deve ter experimentado.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

outro Eudemim